Véspera do 2 de Julho: “Não Combinam com Tiranos” — Um Chamado Vivo à Liberdade da Bahia
Por Caetano Barata – Especial para o 1º de julho
Na véspera do 2 de Julho, data que marca a independência da Bahia, é impossível não sentir o peso simbólico — e a urgência — dessa memória histórica. O verso que atravessa o tempo, retirado do Hino da Independência, diz tudo: “não combinam com tiranos”. Não é apenas poesia. É um princípio. Uma fronteira moral que ainda hoje nos desafia a escolher de que lado da história queremos estar.
Mais que comemoração: um ato de afirmação
O 2 de Julho não é apenas um feriado cívico. É uma afirmação política do povo baiano que, em 1823, rechaçou o domínio colonial português com coragem, sangue e esperança. É a data em que a vontade popular venceu a força imperial. O grito de independência ecoou pelas ladeiras de Salvador, pelos campos do Recôncavo, transformando-se num símbolo de que a liberdade pode — e deve — ser conquistada.
Um verso que não envelhece
“Não combinam com tiranos” não é uma frase presa ao século XIX. Em tempos de retrocessos, abusos de poder e tentativas de silenciar vozes críticas, ela se torna ainda mais necessária. A liberdade não é compatível com autoritarismos, disfarçados ou escancarados. É um lembrete de que democracia e opressão não compartilham o mesmo solo.
O espírito do 2 de Julho no século XXI
Hoje, esse espírito de luta continua sendo uma bússola. A independência da Bahia nos ensina que resistir importa. Que unir forças importa. Que não há avanço sem enfrentamento. A chama que queimou há dois séculos precisa seguir acesa — nas escolas, nas ruas, nos parlamentos, nas redes e nas urnas. Não para repetir o passado, mas para reafirmar os valores que nele se forjaram.
Honrar o passado é defender o presente
Neste 1º de julho, véspera de uma das datas mais significativas da história brasileira, cabe a nós olhar para trás não com saudosismo, mas com responsabilidade. Honrar os que lutaram pela liberdade é continuar lutando por ela. Que o 2 de Julho não seja apenas lembrado, mas vivido — como um compromisso diário com a justiça, com a democracia e com a liberdade.
Porque, afinal, liberdade e tirania não combinam. Nunca combinaram. E cabe a cada geração garantir que assim permaneça.
Caetano Barata