24 de setembro de 2023 - São Paulo - Neste domingo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rejeitou a possibilidade de uma intervenção federal na Bahia em resposta à recente onda de violência no estado. Em meio ao aumento alarmante das mortes em confrontos policiais, que já totalizam 46 casos somente em setembro, Dino afirmou que a intervenção federal só deve ser considerada quando o governo estadual falha em garantir a segurança pública.
A declaração foi feita durante uma cerimônia realizada na cidade de São Paulo, onde o Padre Júlio Lancellotti recebeu a medalha da Ordem do Mérito, no grau de Grã-Cruz. Dino destacou que o ministério está em constante diálogo com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e com o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner. O objetivo principal dessas conversas é encontrar maneiras de aprimorar as operações de segurança, uma vez que as organizações criminosas ganharam força na Bahia nos últimos anos, resultando em um acesso ampliado a armas de fogo.
O mês de agosto marcou um importante marco na luta contra o crime na Bahia, quando a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal assinaram um acordo para criar a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), envolvendo os governos estadual e federal. Desde então, operações conjuntas têm sido realizadas no estado. No entanto, uma dessas operações, ocorrida em 15 de setembro em Salvador, resultou na morte de cinco pessoas, incluindo o policial federal Lucas Caribé.
Após a morte do agente federal, veículos blindados e reforços policiais vindos do Distrito Federal foram enviados para a Bahia. Flávio Dino enfatizou que essa medida não constitui uma intervenção federal, mas sim um "apoio financeiro e material" ao estado.
Entre 1º e 24 de setembro, foram registradas pelo menos 46 mortes em confrontos policiais em toda a Bahia, representando uma média de quase duas mortes por dia. O ministro destacou que as forças de segurança pública enfrentam acusações tanto de excessos quanto de omissões e reforçou o compromisso de buscar soluções para conter a escalada da violência no estado.