Brasília, 15/07/2023 - Voltada à conscientização sobre o câncer ginecológico, a Campanha Julho Verde-Escuro chama a atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce da doença. A iniciativa destaca que, apesar da alta incidência no país, esses tumores podem ser significativamente reduzidos se a população seguir as medidas de prevenção.
Os cânceres ginecológicos afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino, com os tumores no colo do útero, no corpo do útero e no ovário sendo os mais recorrentes no Brasil. De acordo com o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann, esses tumores estão entre os dez mais frequentes em mulheres no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
Sintomas como sangramentos incomuns e secreção vaginal fora do padrão devem ser investigados, além de ser necessário atenção especial se houver histórico familiar de câncer ginecológico. Em todas as situações, a prevenção passa pelos exames periódicos.
A servidora pública Patrícia Lins compartilhou sua experiência ao descobrir um tumor no corpo do útero. Ela estava com o casamento marcado, mas precisou suspender a festa devido à doença. Após analisar as alternativas com seus médicos, decidiu pela retirada do órgão afetado.
Patrícia relata que a notícia afetou emocionalmente, especialmente ao considerar a impossibilidade de ter filhos biológicos. No entanto, ela valoriza a importância de compartilhar a decisão com seu noivo, que a apoiou integralmente. A servidora pública destaca que é fundamental realizar os exames regularmente para evitar situações mais graves.
Segundo o ginecologista Leonardo Campbell, foi justamente a manutenção da rotina de exames e consultas ao médico que salvou a vida de Patrícia. Ele ressalta que a alteração no exame de rotina, uma ultrassonografia transvaginal, indicou a presença de um pólipo endometrial suspeito. Esse diagnóstico precoce permitiu que o tratamento fosse iniciado logo no início da doença.
Campbell enfatiza que, atualmente, o diagnóstico precoce é fundamental para a melhora no prognóstico dos pacientes. Ele destaca que, há 20 anos, cerca de 80% das pacientes com câncer ginecológico faleciam, mas atualmente, cerca de 80% conseguem sobreviver. O médico ressalta que isso se deve principalmente ao diagnóstico precoce, e não apenas às melhorias no tratamento.
Patrícia Lins reforça a importância do check-up anual e alerta amigas e familiares sobre os riscos de negligenciar a saúde ginecológica. Ela ressalta que o investimento em exames periódicos é muito menor do que o custo emocional e financeiro de enfrentar um câncer avançado.