No começo deste ano, o xondaro ruwixa Tiago Henrique Karai Djekupe, da Terra Indígena Jaraguá, foi vítima de uma tentativa de homicídio, revelando os perigos enfrentados por defensores dos direitos humanos no país. A Agência Brasil, em parceria com a TV Brasil e a Rádio Nacional, destaca a violência contra ativistas em uma série de reportagens, coincidindo com o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Um levantamento das organizações Terra de Direitos e Justiça Global revela que, de 2019 a 2022, o Brasil testemunhou 1.171 casos de violência contra defensores de direitos humanos, com 169 assassinatos, colocando o país entre os mais perigosos para esses ativistas em todo o mundo.
Djekupe, estudante de arquitetura e urbanismo, expressa a dificuldade de viver sob constantes ameaças, destacando a urgência da proteção aos direitos fundamentais. Sua narrativa também reflete a história ancestral da Terra Indígena Jaraguá, marcada por invasões e disputas territoriais desde o século 17.
A reserva indígena, inicialmente demarcada em 1987 com 1,7 hectare, enfrentou reduções e embates judiciais. O cenário atual revela a constante pressão de interesses econômicos e disputas fundiárias, agravando a situação para os indígenas.
A família Pereira Leite, entre outras, reivindica partes da Terra Indígena Jaraguá, evidenciando a complexidade das lutas por terra e meio ambiente. O levantamento aponta que, de cada dez casos de agressões, oito envolvem conflitos fundiários, resultando em 140 defensores assassinados.
O Brasil lamenta as perdas recentes de ativistas como Bruno Pereira, Dom Phillips e, mais recentemente, Maria Bernadete Pacífico, líder quilombola. A luta por direitos, marcada por uma dicotomia histórica entre "alguém e ninguém", ressalta a urgência de medidas para proteger aqueles que dedicam suas vidas à defesa dos direitos humanos e do meio ambiente.