A Trindade da Ética: Cristianismo, Direito e Jornalismo

Respeito à sociedade, respeito ao humano

Por Caetano Barata em 19/02/2025 às 00:09:10

Por Caetano Barata

Ética é uma palavra que ecoa como um farol no oceano das decisões humanas. Em todas as áreas a temática é inserida enquanto base dos argumentos, ainda que de maneira implícita. No cristianismo, no Direito e no jornalismo, ela se manifesta como fundamento inegociável, guia absoluto para condutas que transcendem a conveniência e se firmam na verdade.

A ética cristã nasce no mandamento maior: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Marcos 12:31). Em sua essência, não há brechas para relativismos ou casuísmos. A justiça divina não se dobra ao interesse pessoal; ela é reta e imutável. O cristão ético caminha na vereda da verdade, sabendo que o bem não pode ser negociado e que a fé não se dissocia da retidão. Seu compromisso é com a justiça que não falha, com a misericórdia que não exclui e com a verdade que liberta. Assim, ética e amor se encontram na prática da justiça, não como um discurso vazio, mas como um modo de vida.

No Direito, a ética não é apenas um adorno teórico, mas o pilar que sustenta a justiça humana. O advogado, o magistrado, o legislador, todos têm o dever de honrar o compromisso com a imparcialidade e a busca pela verdade. O que se espera de quem exerce o Direito é que esteja acima de interesses escusos, que veja na lei não um instrumento de dominação, mas uma ferramenta de equidade. Quando a ética falha no Direito, as instituições adoecem, e a sociedade padece. O Estado de Direito só se sustenta quando a moral se encontra com a lei e se recusa a dobrar-se à corrupção, à manipulação e ao desvio de finalidade.

Já no jornalismo, a ética é o que separa a informação da manipulação, a verdade da mentira, o compromisso com o público da servidão ao poder. A verdade jornalística não pode ser subjugada a interesses políticos ou econômicos, sob pena de se tornar propaganda. A ética jornalística exige coragem, pois muitas vezes se choca com forças que preferem a sombra à luz. O jornalista ético não apenas informa, mas ilumina, não apenas narra, mas revela. O compromisso é com a realidade dos fatos, sem distorções, sem meias-verdades, sem ceder ao espetáculo da desinformação.

Cristianismo, Direito e jornalismo se encontram na intersecção da responsabilidade moral. Todos lidam, em alguma medida, com a verdade, e é nisso que repousa sua grandeza e sua fragilidade. A ética é o que impede que a fé se torne fanatismo, que a justiça se transforme em arbítrio e que a informação se degrade em mercadoria. Que cada um que se compromete com esses pilares compreenda que ética não é um luxo para tempos de estabilidade, mas uma necessidade urgente para dias de turbulência. Porque, no fim, onde não há ética, há trevas.