Em primeira instância, a frase sugere que os deuses, embora sejam venerados e cultuados por diferentes culturas e religiões, também são sujeitos a um nível superior de poder, representado por "Deus". Essa concepção aponta para a existência de uma unidade espiritual mais abrangente e universal, que permeia todas as crenças e transcende as fronteiras religiosas.
Consoante, podemos interpretar a ideia como uma crítica às visões dogmáticas e excludentes presentes em algumas religiões. Caetano parece enfatizar que, apesar das diferenças entre os deuses adorados em várias tradições, eles ainda fazem parte de um todo maior e desconhecido, que não pode ser limitado por fronteiras humanas.
Por outro lado, a frase também nos leva a questionar a relação entre os seres humanos e as divindades que adoram. Talvez o cantor esteja sugerindo que a conexão com a divindade transcendente é mais profunda e verdadeira do que a adoração a entidades específicas, convidando-nos a buscar um entendimento mais amplo e espiritual de nossa própria existência.
Ainda assim, a expressão pode ser interpretada como um chamado à tolerância religiosa e à compreensão das diversas crenças presentes no mundo. Ao reconhecer que os deuses têm Deus, Caetano Veloso parece convidar as pessoas a respeitarem as diferentes formas de religiosidade e a abraçarem a diversidade espiritual como um elemento enriquecedor da humanidade.
Entremente, podemos considerar que a frase pode ser uma referência ao mistério da existência e à busca do sentido da vida. Ao reconhecer que os deuses têm Deus, a música nos convida a contemplar o desconhecido e a manter uma atitude de humildade diante da vastidão do universo e da compreensão limitada do ser humano em relação ao divino.
Em última análise, a frase de Caetano Veloso nos inspira a refletir sobre as questões mais profundas da existência e a explorar a dimensão espiritual de nossas vidas.
Caetano Veloso, sendo Caetano, por Caetano Barata. Agosto/2023.
Graduado em Direito FBB – Faculdade Batista Brasileira, Licenciado em Pedagogia/UNIME; ativista cultural em Simões Filho, membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial da cidade de Simões Filho. Membro do grupo de Estudos, Direito, Literatura e Racismo PDRR UFBA.
Ex-Conselheiro do CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação.