Itália Acusa Israel de Possíveis Crimes de Guerra após Ataques contra Forças da ONU no Líbano

Roma, 12 de outubro de 2024 – A escalada de tensão entre Israel e Hezbollah atingiu novos níveis nesta quinta-feira, com a Itália acusando Israel de possíveis “crimes de guerra” após repetidos disparos israelenses contra posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul). Entre os incidentes relatados, um ataque feriu dois soldados da paz, provocando condenações internacionais.

O Exército israelense justificou os disparos, afirmando que tinha alertado os soldados da ONU para permanecerem “em áreas protegidas” antes do ataque. No entanto, o incidente gerou reações de diversas capitais, incluindo Washington, Paris, Roma, Madri, Dublin e Jacarta. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência em Nova York para discutir a situação.

A Itália, que mantém cerca de 900 soldados mobilizados na Finul, foi contundente ao afirmar que as ações israelenses “podem constituir crimes de guerra”. O governo italiano expressou preocupação pela segurança de suas tropas, destacando a gravidade do ataque. A Indonésia, que teve dois soldados feridos no incidente, também condenou veementemente o ocorrido. “Este ataque demonstra claramente como Israel se coloca acima do direito internacional”, declarou o embaixador indonésio na ONU, Hari Prabowo.

Repercussão Internacional

A Espanha, que lidera a força de paz no Líbano, pediu que a segurança das tropas da ONU seja garantida, enquanto a Irlanda classificou o ataque como “irresponsável”. A Casa Branca também expressou sua profunda preocupação com o ocorrido, enquanto a França condenou qualquer ato que coloque em risco a segurança dos soldados de paz.

Jean-Pierre Lacroix, chefe das forças de paz da ONU, afirmou que a situação no sul do Líbano coloca a Finul diante de “riscos graves”. Ele revelou que 300 soldados da ONU foram temporariamente relocados para bases maiores, com outros 200 previstos para serem transferidos nos próximos dias.

Escalada Violenta

O ataque às posições da ONU ocorreu em meio à intensificação dos confrontos entre Israel e Hezbollah, que já resultaram na morte de mais de duas mil pessoas no Líbano desde o início das hostilidades, em 23 de setembro. Na mesma noite do incidente, bombardeios israelenses no centro de Beirute causaram a morte de 22 pessoas, no ataque mais mortal à capital libanesa desde o início do conflito. O Ministério da Saúde libanês informou que, além das 22 vítimas fatais, outras 117 pessoas ficaram feridas.

Em paralelo, o Exército israelense anunciou a morte de Mohamed Abdulah, comandante da Jihad Islâmica, em um ataque na Cisjordânia. No entanto, a organização ainda não confirmou a morte de seu líder.

Ofensiva em Gaza

Na Faixa de Gaza, onde Israel continua com suas operações terrestres e bombardeios, o Crescente Vermelho Palestino anunciou que 28 pessoas morreram e 54 ficaram feridas após um ataque a uma escola que abrigava civis deslocados. Desde o início da ofensiva, mais de 42 mil palestinos perderam a vida, de acordo com dados da ONU.

Com a situação cada vez mais crítica, as Nações Unidas têm pressionado por um cessar-fogo imediato, enquanto a comunidade internacional observa com preocupação os desdobramentos no Oriente Médio.

Com informações da AFP e ONU.