Desde o fim de semana até a terça-feira (15), centenas de ônibus vindos de várias partes do país desembarcaram no Pavilhão do Parque da Cidade, trazendo as participantes da Marcha. A jornada resulta de dois anos de debates em reuniões regionais e nacionais, culminando em um documento com 13 eixos políticos que foram entregues ao governo federal em junho deste ano.
As mulheres que participam da Marcha das Margaridas enfrentam diversas dificuldades em suas viagens. Deixando suas casas e famílias para trás, elas viajam por dias de ônibus, dormem em alojamentos coletivos, e compartilham colchonetes e redes para descansar. Banheiros coletivos e a falta de privacidade não impedem que elas se unam por suas causas.
A mobilização contou com histórias inspiradoras das participantes. Gracilda Pereira, uma indígena da etnia Atikum-Jurema, veio de Petrolina, Pernambuco, para cobrar direitos de saúde e educação para sua aldeia. Maria Nazaré Moraes, de Belém, Pará, estreante na Marcha, representa seringueiros, extrativistas e pescadores das ilhas paraenses, lutando por direitos de regularização fundiária e reconhecimento do seguro defeso. Luciana Santos, lavradora e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira Nova, Sergipe, marcha por mais terra, educação, saúde e oportunidades para as mulheres.
Em meio a uma atmosfera de esperança e luta, as margaridas se unem para transformar o Brasil e reivindicar seus direitos em uma marcha sem precedentes.