O presidente em exercício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Perdiz de Jesus, anunciou nesta quarta-feira (13) sua responsabilidade em conduzir a entidade de forma temporária, após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) retirar Ednaldo Rodrigues da presidência na última quinta-feira (7).
Em nota oficial, José Perdiz de Jesus afirmou: "Recebi com grande responsabilidade a indicação feita pelo Poder Judiciário para assumir temporariamente, na qualidade de administrador interino, a Confederação Brasileira de Futebol [CBF] até a realização das próximas eleições. Nenhum prejuízo haverá para a entidade, já que toda administração será feita sem solução de continuidade e com mínima interferência nas questões desportivas."
A decisão do TJ-RJ se deu em resposta à extinção, por unanimidade, da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público (MP) em 2017 contra eleições que teriam sido realizadas irregularmente pela CBF. O Tribunal determinou uma nova eleição no prazo de 30 dias, durante a qual José Perdiz de Jesus ficará responsável pela rotina administrativa da CBF.
A retirada de Ednaldo Rodrigues da presidência foi solicitada por ex-vices-presidentes da entidade que perderam seus cargos no âmbito do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2022. A decisão do TJ-RJ alega que o TAC é ilegal, o que levou à necessidade de uma nova eleição.
O histórico do caso remonta à Ação Civil Pública de 2017, na qual o MP acusou a CBF de realizar uma "manobra" para aprovar um novo estatuto sem respeitar a convocação obrigatória dos representantes dos clubes da Série A. O estatuto aprovado teria critérios diferenciados de valoração de votos, resultando na eleição contestada de Rogério Caboclo em 2018. O caso foi suspenso temporariamente em fevereiro de 2022, devido à intervenção do STJ e à solicitação da Fifa por uma explicação legal detalhada sobre as consequências da decisão.